O PT renasce (Coluna Bastidores/Correio de Sergipe)

Foi notório que algo mudou no Partido dos Trabalhadores na última segunda feira.  Militantes de todo o Estado, como há muito não o faziam, lotaram o Iate Clube de Aracaju para apoiar os candidatos a presidente Rogério Carvalho (Diretório Estadual) e Francisco Gualberto (Diretório Municipal de Aracaju). A estimativa foi de um público de quase três mil pessoas no Iate Clube, em grande parte, militantes que se sentiram, nesses anos, desprestigiados pela atual direção do partido e vêem em Rogério uma oportunidade de participar mais efetivamente do PT. Isso tem incomodado bastante os “companheiros” e deixado também a classe política em alerta vermelho. A euforia dos militantes era visível e pelo visto, o partido será “tomado” por essa nova massa.
Dos 7 prefeitos do PT, 5 apóiam Rogério e estavam no ato e não pouparam críticas ao atual grupo que comanda a sigla pelo total abandono, sobretudo aos militantes do interior. A líder comunitária, Neide dos Santos, falou, inclusive, que essa militância só era chamada e só servia para votar nos “intelectuais” do poder, porém sem decidir nada. Dois militantes históricos como Rômulo Rodrigues e o deputado Francisco Gualberto, fundadores do Partido e que por um tempo se desgarraram do PT – e fundaram o PSTU - estavam por lá e concordaram que o PT vive hoje um novo momento, como se tivesse renascido, não na figura personalista de Rogério, mas com todo esse conjunto. Gualberto inclusive, que deixou a liderança do governo no ano passado, criticou a exclusão, dizendo que não importa se tem, um, 10 ou 20 anos, o que importa ao militante é ser petista.
Rogério ficou bastante satisfeito com o ato. Acostumado a comandar grandes equipes como a da Secretaria da Saúde e trabalhar de forma, horizontal, ou seja, ouvindo opiniões, ele prometeu trazer todos os militantes de volta ao PT: “A vontade, o desejo, a construção, a historia do seu povo é a sua riqueza. As vezes, essa riqueza é negligenciada. E esse é o maior erro que podemos cometer na política: se achar mais importante. É achar que a história do outro é menos importante. Não é. É o somatório. É esse desejo de todas as pessoas que faz a força do coletivo. Só temos sonhos se puderem caber, todos eles, nesse desafio. Isso é trabalhoso, é complexo, tirar uma posição que seja consensual de todos os diretórios do Estado... Mas se a gente constrói dessa forma, a gente constrói muito mais que uma posição partidária, mas de um coletivo”, disse, emocionado, Rogério Carvalho.

PED 2013

Ana Lúcia, única mulher que disputa a Presidência do PT em Sergipe, afirmou a importância do debate coletivo e da participação na história do Partido dos Trabalhadores, mas ressaltou que o partido não pode promover discussões programáticas apenas no período de eleições internas. “O PT é um partido que desde o seu nascedouro tem a cultura da democracia participativa. Quando viramos governo perdemos muito porque esses debates não devem se dar apenas em ano de PED. O debate no PT deve ser sistemático, deve ser contínuo. É assim que vivenciamos a experiência da democracia direta, participativa. Foi assim que o Partido dos Trabalhadores ensinou aos operários, aos camponeses, a homens e mulheres a disputarem na sociedade programa, projeto e ideologia. O PT é uma escola democrática de disputa política”, disse.

JUSTIÇA DEU PRAZO

A Juíza de Direito Elvira Maria de Almeida Silva determinou que o Governo de Sergipe faça a recomposição do Fundo Municipal de Saúde de Aracaju, no prazo de 30 dias. A dívida do Estado para com o FMS é de 16 milhões de reais. O Poder Judiciário Sergipano entendeu que sem o financiamento devido, o Município está impossibilitado de manter as ações e os serviços de saúde para os sergipanos. O pedido foi formalizado pela promotora dos Direitos à Saúde, Euza Missano. “Ficou comprovado, nos autos de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo MP, que o Estado de Sergipe não estava repassando para o Município, nem a verba Estadual, nem a verba automática da União”, informou Dra. Euza.

SOLTANDO O VERBO:

“A vontade, o desejo, a construção, a historia do seu povo é a sua riqueza. As vezes, essa riqueza é negligenciada. E esse é o maior erro que podemos cometer na política: se achar mais importante. É achar que a história do outro é menos importante. Não é. É o somatório. É esse desejo de todas as pessoas que faz a força do coletivo”.

Dep. federal Rogério Carvalho, candidato a presidente do PT em Sergipe.

REFLEXÃO:

“Não transforme coisas comuns em maravilhas, mas faça das maravilhas coisas comuns”.

Francis Bacon