SERGIPE NOTÍCIAS: Como o senhor avalia a atual situação da Saúde, Educação e Segurança Pública em Sergipe?
VENÂNCIO FONSECA: Um caos total. Não podemos falar em Segurança Pública quando temos interior com 20, 30 mil habitantes e apenas dois soldados. Em algumas cidades, as delegacias ficam fechadas, principalmente no final de semana. Dessa maneira, repito, não podemos falar em Segurança. Uma prova disso são os registros no IML [Instituto Médico Legal]. A Saúde também é um caos. Os hospitais do interior do estado, praticamente, estão quase sem funcionar. Falta medicação básica e condições mínimas de trabalho para os profissionais. O Hospitais João Alves Filho mais parece um hospital de guerra, do Iraque. Falta médico, material de limpeza, falta tudo. Na Educação, temos várias escolas sem mínimas condições de funcionamento, com falta de merenda, de professores. Infelizmente, em Sergipe, essa é a realidade dos três principais setores. Se conseguiram quebrar as finanças do Estado, que é o órgão precursor para o funcionamento das demais áreas, imagine o restante.
SN: O senhor tem questionado bastante a tomada de empréstimos feita pelo Governo. Na sua visão, isso pode prejudicar as finanças do Estado?
VF: Claro! Sergipe vive de empréstimo. Estão comprometendo o futuro de Sergipe, porque em muitos dos empréstimos está sendo dado como garantia o FPE (Fundo de Participação dos Estados). Veja a situação em que estamos: o salário mínimo que está sendo pago ao funcionalismo público é o de 2012. Isso é uma vergonha, uma falta de respeito. Um governo que não cumpre com as suas obrigações, principalmente com os trabalhadores, não tem moral política nenhuma para cobrar de ninguém.
SN: Qual a sua opinião sobre a decisão do prefeito João Alves (DEM) em não disputar o governo?
VF: Achei que foi uma decisão acertada e consciente, porque ele é um homem público de muita responsabilidade. João foi para uma disputa política na capital prometendo transformar Aracaju em um canteiro de obras, fazer uma revolução administrativa e um ano é muito pouco para ele implementar o que ele prometeu. Indo até o final do mandato, pode cumprir o compromisso assumido com a capital, melhorando a mobilidade urbana, o transporte público, a saúde, que está sendo o calcanhar de Aquiles do governo dele.
SN: Recentemente, o governador Jackson Barreto (PMDB) classificou o discurso da oposição como “oco, barroco e rococó”. O que o senhor tem a dizer a respeito?
VF: Oca, barroca e rococó é a maneira de fazer política que eu acho que ele está implementando, com esse tipo de confronto, de agressividade, principalmente com a oposição. Esse modelo é do tempo que ele iniciou na política, há 40 anos. Hoje, temos uma política moderna, pautada no diálogo, na negociação política, mas política com p maiúsculo, sem desrespeitar nem desmerecer seus adversários. A oposição é benéfica em qualquer sistema. Sem oposição não há democracia.
SN: Como o PP (Partido Progressista) está se preparando para as eleições deste ano? Há possibilidade de o seu partido caminhar com o governador Jackson Barreto?
VF: O PP, em nível nacional, apoiou o governo Lula (PT) como apoia o governo Dilma (PT). Mas a direção nacional entende que cada estado tem as suas peculiaridades políticas e, por isso, libera para que o partido faça a composição que for conveniente para o seu programa partidária. Em Sergipe, temos uma posição definida. Fui líder da oposição no primeiro e segundo governo de Marcelo Déda (in memoriam) e continuo liderando a oposição na Assembleia Legislativa. Consequentemente, o PP irá fazer parte da campanha do candidato que da oposição escolhido em Sergipe.

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