
"O número de
servidores não é suficiente para o atendimento de excelência que gostaríamos.
Nem sempre o resultado é 100% satisfatório", disse em reunião com um grupo
de aproximadamente 150 índios que invadiram, na última segunda, a sede da Funai
em Brasília.
Foi a primeira fala
pública de Assirati. Ela era diretora de Promoção ao Desenvolvimento
Sustentável do órgão e foi alçada à presidência com a saída de Marta Azevedo,
que caiu em meio à crise gerada com a morte de um indígena no Mato Grosso do
Sul em reintegração de posse comandada pela Polícia Federal. Ex-assessora do
ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), a quem a Funai é subordinada, ela é a
favorita para assumir o cargo em definitivo.
Antes de ela falar, os
índios voltaram a expor sua reivindicação de ter poder de veto a obras que
afetem seus territórios. Também fizeram duras críticas ao governo Dilma
Rousseff e à Funai, acusada de seguir os interesses do Planalto, e não dos
indígenas.
Também ontem ficou
definido que o grupo, composto majoritariamente por mundurucus, voltará hoje
para o Pará. Eles foram deslocados na semana passada pelo governo para
Brasília. Antes, mantinham uma invasão nas obras da hidrelétrica de Belo Monte,
no rio Xingu (PA). Em Brasília, tentaram
falar com ministros, mas foram recebidos apenas por Gilberto Carvalho
(Secretaria-Geral).
Ontem, Carvalho foi
convocado, numa ação da bancada ruralista, para ir à Comissão de Agricultura da
Câmara dar explicações sobre a demarcação de terras indígenas. Em abril, a
bancada convocou a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) para falar sobre o
mesmo assunto.
Ainda ontem, uma junta
de ministros recebeu representantes de indígenas de Mato Grosso do Sul para
discutir demarcações no Estado. Uma delegação de representantes do Judiciário e
do governo irá na semana que vem ao Estado analisar a situação dos povos
envolvidos nas negociações.
*Fonte: Folha de S. Paulo
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