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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Falta de estudo dos pais afeta em mortalidade infantil

Nada mata mais crianças no Brasil do que a falta de estudo dos pais. Pesquisa do Estadão Dados mostra que nenhuma outra das 232 variáveis testadas influi mais nas mortes na infância do que o baixo nível de escolaridade dos adultos. Nem a falta de dinheiro, de água ou esgoto têm um impacto maior na mortalidade infantil.

Os dados, que se referem aos 5.565 municípios brasileiros, foram coletados durante o Censo 2010 e compilados pelo Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil.

Eles foram usados para criar um modelo explicativo dos indicadores que poderiam causar a mortalidade de crianças de até cinco anos. Por meio de métodos estatísticos, foi possível ver que a maior causa desse tipo de morte está relacionada à taxa de alfabetização da população com mais de 18 anos. O conjunto dos dados revela que quanto maior o analfabetismo, maior a taxa de mortalidade na infância.

Para cada ponto porcentual retirado da taxa de analfabetismo da população de 18 anos ou mais, a taxa de mortalidade de crianças até cinco anos cai 4,7 pontos. Ou seja, em termos práticos, se 1% dos adultos de uma cidade é alfabetizado, em média, mais 47 crianças sobrevivem à primeira infância, a cada 10 mil nascimentos.

"Às vezes, a casa não tem saneamento básico, mas se a mãe tem um pouco de educação, consegue que o filho tenha acesso aos programas sociais do governo", disse o pesquisador do IBGE Celso Simões, autor de estudo que chegou a conclusão similar.

O impacto da alfabetização de adultos sobre a mortalidade de crianças é duas vezes maior do que o da pobreza. O segundo fator com maior peso para evitar mortes infantis é aumentar a fatia da renda dos 20% mais pobres. Cada ponto porcentual a mais na renda faz diminuir 2,8 pontos da taxa de mortalidade na infância.

O terceiro fator estudado que diminui a mortalidade na infância é o acesso à água e esgoto. Mas o impacto é bem menor do que o do analfabetismo e da pobreza. A cada ponto porcentual a menos de população sem saneamento básico, a mortalidade na infância cai 0,8 ponto.

Combinadas, as três variáveis - analfabetismo, pobreza e água/esgoto - explicam 62% da taxa de mortalidade das crianças com até cinco anos no Brasil.

*Fonte: UOL

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