Banese

terça-feira, 8 de abril de 2014

Pedofilia: o criminoso está mais próximo do que se imagina

*Por Marcio Rocha

Um problema que ronda todas as famílias está presente em todas as cidades e não é combatido com o rigor que deveria - não tanto pela Lei, mas pela ignorância quanto ao acontecimento e pelo silêncio das vítimas. Os crimes de pedofilia têm aumentado em grande número no país e várias crianças têm sido alvo desse tipo de ataque que destrói a infância e, às vezes, a vida de muitas pessoas. Uma funcionária pública, que pediu para não ser identificada, disse ao Sergipe Notícias ter sido vítima de abuso sexual por parte do pai de um amigo, há cerca de 20 anos. Ela afirmou que seu comportamento é diferente até hoje por causa desse episódio.

“Estava no prédio em que eu morava, no bairro Grageru, quando o pai de um amiguinho meu me chamou até sua casa, para me entregar um brinquedo. Confiando no pai de meu amigo, eu fui até seu apartamento e, lá, ele trancou a porta e começou a se esfregar em mim, tentou tirar a minha roupa e começou a me tocar nas partes íntimas. Gritei por socorro e saí correndo para me proteger. Só escapei porque o apartamento era térreo e consegui pular a janela”, conta a funcionária pública, que hoje tem 34 anos de idade.

O pai de seu amigo, segundo ela, era um homem de aproximadamente 50 anos de idade quando praticou o abuso sexual contra a menina, no ano de 1990. A jovem tinha 10 anos de idade quando sua vida foi destruída por um homem que, supostamente, teria o dever de protegê-la, pela função que exercia: a de policial.

A jovem vítima do abuso disse que, até hoje, se lembra dos momentos de terror vividos por ela nas mãos do pai de seu amigo. Contou que, depois do acontecimento, não quis mais brincar com o garoto e tinha medo que o homem fizesse algum mal contra sua família.

“Ele disse que se eu contasse para alguém, mataria meus pais e iria me matar também. Ele era da polícia e eu fiquei com muito medo. Depois disso, passei a viver com medo de todos os adultos que se aproximavam de mim. Tornei-me uma menina agressiva e que buscava a autodefesa com violência contra as pessoas. Só consegui me libertar desse problema depois de muita orientação psicológica”, desabafa.

Nem mesmo seus pais tomaram conhecimento do abuso sexual sofrido por sua filha. Segundo ela, seus pais eram muito amigos da família do homem e, por temor, a jovem ficou vários anos resiliente, até conversar com alguém sobre o problema. Quando percebeu que estava tendo dificuldades de relacionamento, procurou a ajuda especializada durante o andamento de seu curso superior.

De acordo com o detetive especializado em resolução de casos de pedofilia, Marcos Roccha, o pedófilo, em 90% dos casos é conhecido da família, sendo que em 30% os agressores sexuais são parentes próximos. Segundo Roccha, apenas 10% dos crimes de pedofilia são praticados por pessoas estranhas.

“Na maioria dos casos, o pedófilo é alguém conhecido da criança por meio da escola ou de outra atividade, como um vizinho, professor, membro da igreja, instrutor de música ou uma babá. Os membros da família como os pais, avós, tios, primos, padrastos, entre outros também podem ser predadores sexuais”, afirmou o detetive.



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