As agências de classificação de risco têm rebaixado o rating do Brasil e a estimativa é de que a projeção continue para baixo nos próximos meses. Isso significa uma diminuição no grau de investimento do país para o estrangeiro.
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, continua buscando formas de melhorar a arrecadação do país para evitar o rebaixamento e estabilizar a economia. Levy diz acreditar numa recuperação da economia brasileira no prazo de dezoito meses e que é possível evitar o rebaixamento persistindo na disciplina fiscal.
Mas na visão do especialista em economia brasileira, Werner Baer, vai ser difícil para o Brasil sair dessa crise tão logo. Para Baer entre os principais problemas para a recuperação da economia brasileira estão a prospecção negativa para o crescimento do país, este ano, o investimento incipiente além do fato de as governanças do país estarem sendo cercadas de reivindicações de todos os lados. "Ninguém que fazer nenhum sacrifício", diz ele.
Alguns exemplos da incoerência de certas reivindicações diante da condição econômica do país, aludidas por Baer, são as cobranças dos servidores do Judiciário pelo reajuste 78,56% e a aprovação, no início do ano, do aumento de todas as despesas e revisão de benefícios para os deputados.
Segundo Baer a estratégia do Governo de tentar o ajuste através do corte em todos os setores da economia que recebem seu apoio não deve continuar. Na visão do especialista os cortes mais infelizes já realizados foram na educação, pesquisa e desenvolvimento, principalmente o desinvestimento no programa Ciências sem Fronteiras. "Eu sei que é muito difícil escolher onde se pode fazer corte, mas
o Brasil já gasta muito pouco em educação, pesquisa e desenvolvimento. Isso pode trazer prejuízos no longo prazo. Talvez o corte devesse ser feito nos subsídios que o setor privado recebe do BNDES ou que se aumentasse a taxa de juros para ele", pondera.
Sobre o rebaixamento do Brasil pelas agências de classificação de risco o economista considera como algo positivo. "Essa avaliação independente força o Governo a colocar o orçamento em ordem. O déficit no orçamento do país não tem sido sustentável nos últimos anos e prejudicou a reputação do Brasil no exterior. Então, o julgamento beneficia o Governo, motivando-o a se comportar de uma maneira mais responsável", afirma Werner Baer.
Obstáculos institucionais para o desenvolvimento econômico brasileiro
Os problemas a serem enfrentados pelo Brasil a fim de firmar sua competitividade no mercado internacional serão abordados de maneira mais aprofundada pelo economista Werner Baer no I Encontro de Economia Aplicada de Sergipe que acontece nos dias 28 a 30 de julho.
O encontro tem como objetivo criar um espaço para discussões acerca dos estudos produzidos sobre desenvolvimento econômico e social, voltados à economia sergipana.
O evento acontece no auditório da Reitoria da UFS e a inscrição pode ser feita através do site http://nie.fies.org.br/inscricoes.
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