"Se parlamentares não tem acesso à receita do Estado, imagine a população, o professor de município pequeno". Com esta afirmação, o Procurador dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Ramiro Rochenbach, iniciou sua explanação em uma audiência pública na manhã desta terça-feira, 24, na Assembleia Legislativa de Sergipe. A atividade, proposta pela deputada Ana Lúcia, contou com representantes do MPF e MPE, além de parlamentares e integrantes do Sintese e SindiFisco.
"Não! Eu não admito, como membro do Ministério Público Federal, jamais, o argumento de falta de recurso orçamentário sem demonstração total e absoluta transparência, centavo por centavo", declarou Rochenbach, que criticou veementemente o uso de receita para realização de eventos sem que sejam priorizadas pastas que, no Estado, tem perdido receita ano a ano. "Os gestores não tem o direito de fazer isso com a população, pois um município com uma escola daquela [em condições precárias] não pode ter festa junina, não tem que comemorar o São João, não pode comemorar o São João. Primeiro precisa fazer o dever de casa e depois é claro que vamos comemorar".
Audiência contou com uma participação pouco expressiva de deputados estaduais. Foto: Marcos Meneses |
Omissão de Receita
De acordo com Rochenbach, é preciso definir uma estratégia concreta que deve passar pelo orçamento, e que esta seja transparente. "Mas se não tivermos um orçamento 100% transparente, sempre vamos passar na conversa. A verdade é essa [...] Temos a informação de que o Estado de Sergipe omite receita. Ele omite receita e diz que aplica o percentual em educação em saúde e não aplica, a receita dele é maior, então está aplicando menos", afirmou o procurador.
Segundo o representante do MPF, é preciso também rever a afirmação de que o Estado estaria no teto da Lei de Responsabilidade Fiscal. Rochenbach considera o orçamento de Sergipe "totalmente intransparente".
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