Novo prefeito diz que encontrou situação caótica em Divina Pastora

Dr. Sylvio Cardoso, atual gestor no município, afirma que ex-prefeita não deixou recursos em caixa

*Por Lays Millena

Divina Pastora: prefeito buscará providências junto ao MPE
FOTO: Portal Infonet

2013 começou com muitas reclamações por parte dos novos gestores municipais em Sergipe. Na cidade de Divina Pastora não é diferente. O novo prefeito, o médico Sylvio Cardoso (PR), diz que a situação encontrada por ele na prefeitura é caótica. Diante do quadro crítico, o novo administrador decidiu convocar sindicatos para uma audiência no Ministério Público Estadual (MPE). “Vamos falar sobre a situação do salário de dezembro, porque embora eu tenha que pagar, não encontrei recursos para fazê-lo. Para se ter uma ideia, até a empresa responsável pelo recolhimento do lixo está com pagamento atrasado há seis meses”, revela o médico, em entrevista aos jornalistas André Barros e Rosalvo Nogueira.

Segundo dr. Sylvio, a prefeitura tem mais de 500 funcionários, entre efetivos e comissionados, todos com os salários em atraso. Outro fato curioso apontado por ele é a quantidade de contas bancárias: são mais de 60 e, pior, sem recursos. “Minha principal preocupação é a folha de pagamento. Assim que tivermos condições, vamos sanar este débito”, garante o gestor. O prefeito disse ainda que a arrecadação do município, em 2012, foi de R$ 1,7 milhão, incluindo os royalties. Para manter as finanças equilibradas, serão necessárias algumas mudanças. “Só conseguiremos honrar com os nossos compromissos se enxugarmos a máquina. Infelizmente, muitos fazem da prefeitura um cabide de empregos e não temos condições de manter esta situação”, revela.

De acordo com dr. Sylvio, além dos salários, há problema com a frota de município que, segundo ele, está sucateada. Os prédios públicos também precisam de reformas, porque não passaram por manutenções. No entanto, apesar de todos estes problemas, a principal preocupação do gestor é com as finanças do município. “No Cadastro Único de Convênios (Cauc), das 14 avaliações, nove estavam inadimplentes. Das nove, sanamos duas e, das que restaram, quatro são do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS)”, informou.

Agora, o prefeito disse que tomará medidas junto ao setor jurídico e ao MPE. “Estamos com dificuldade para tomar algumas ações no mandato. Se não tivermos esses débitos sanados até fevereiro, podemos perder o refinanciamento da dívida junto ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social)”, destaca. Mesmo com as dificuldades, ele assegura que fará o possível para recuperar o equilíbrio financeiro de Divina Pastora. “Nunca fui político. Tudo que tenho é em meu nome e foi conquistado com o meu trabalho como médico, mas, como prefeito, farei o que estiver ao meu alcance”, conclui.