Drª.
Glória Tereza, diretora do sindicato, diz que governo federal quer dar um de ‘bonzinho’,
facilitando a entrada de médicos do exterior
Dra. Glória Tereza, diretora do Sindimed/SE FOTO: Portal Infonet |
O movimento dos prefeitos no
Brasil, que alegam dificuldades para contratar médicos, tem preocupado o Sindimed/SE
(Sindicato dos Médicos de Sergipe). De acordo com a drª Gloria Tereza, diretora
do sindicato, a reclamação dos gestores não condiz com a realidade do país. “O
Conselho Federal de Medicina (CFM) acabou de apresentar um novo estudo sobre a
demografia médica no Brasil mostrando que, este ano, contaremos com 400 mil
médicos, uma média de dois profissionais para cada mil habitantes. Ou seja: não
temos um número pequeno. O total está dentro do esperado”, afirmou drª Glória,
durante entrevista aos jornalistas André Barros e Rosalvo Nogueira no Jornal da
Manhã da Jovem Pan.
Segundo ela, o problema não
está na carência de profissionais, mas sim na falta de estrutura do Sistema
Único de Saúde (SUS). “Os médicos não querem trabalhar para o governo porque,
além de não terem boas condições de trabalho, são mal remunerados. Não se faz
mais medicina apenas com o estetoscópio, como a maioria dos prefeitos querem”,
explica a dirigente.
Ainda de acordo com drª
Glória, depois das eleições, muitos médicos do interior foram demitidos ou
deixaram os postos de trabalho por falta de pagamento. “Como um profissional
vai trabalhar no interior sem infraestrutura, condições de trabalho, remuneração?
O governo está querendo fazer política e dar um de ‘bonzinho’, facilitando a
entrada de médicos do exterior”, destaca.
Para a médica, o Brasil não
pode ser uma “porteira aberta”, porque o médico brasileiro, quando vai
trabalhar em outro país, necessita de uma adequação postular, mais anos de
estudo para complementar sua grade, além de passar por uma avaliação muito
severa. “Por que aqui não podemos fazer o mesmo?”, questiona. Segundo ela, os
pacientes são exigentes, querem bons atendimentos e, para isso, os
profissionais precisam de estrutura. “O médico bem formado, remunerado,
satisfeito e com condições de trabalho estará trabalhando e defendendo a
sociedade. É disso que precisamos”, finaliza.
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