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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Sindimed/SE nega informações de prefeitos e diz que não faltam médicos no país


Drª. Glória Tereza, diretora do sindicato, diz que governo federal quer dar um de ‘bonzinho’, facilitando a entrada de médicos do exterior

Dra. Glória Tereza, diretora do Sindimed/SE
FOTO: Portal Infonet
O movimento dos prefeitos no Brasil, que alegam dificuldades para contratar médicos, tem preocupado o Sindimed/SE (Sindicato dos Médicos de Sergipe). De acordo com a drª Gloria Tereza, diretora do sindicato, a reclamação dos gestores não condiz com a realidade do país. “O Conselho Federal de Medicina (CFM) acabou de apresentar um novo estudo sobre a demografia médica no Brasil mostrando que, este ano, contaremos com 400 mil médicos, uma média de dois profissionais para cada mil habitantes. Ou seja: não temos um número pequeno. O total está dentro do esperado”, afirmou drª Glória, durante entrevista aos jornalistas André Barros e Rosalvo Nogueira no Jornal da Manhã da Jovem Pan.

Segundo ela, o problema não está na carência de profissionais, mas sim na falta de estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS). “Os médicos não querem trabalhar para o governo porque, além de não terem boas condições de trabalho, são mal remunerados. Não se faz mais medicina apenas com o estetoscópio, como a maioria dos prefeitos querem”, explica a dirigente.

Ainda de acordo com drª Glória, depois das eleições, muitos médicos do interior foram demitidos ou deixaram os postos de trabalho por falta de pagamento. “Como um profissional vai trabalhar no interior sem infraestrutura, condições de trabalho, remuneração? O governo está querendo fazer política e dar um de ‘bonzinho’, facilitando a entrada de médicos do exterior”, destaca.

Para a médica, o Brasil não pode ser uma “porteira aberta”, porque o médico brasileiro, quando vai trabalhar em outro país, necessita de uma adequação postular, mais anos de estudo para complementar sua grade, além de passar por uma avaliação muito severa. “Por que aqui não podemos fazer o mesmo?”, questiona. Segundo ela, os pacientes são exigentes, querem bons atendimentos e, para isso, os profissionais precisam de estrutura. “O médico bem formado, remunerado, satisfeito e com condições de trabalho estará trabalhando e defendendo a sociedade. É disso que precisamos”, finaliza.

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