Banese

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Entrevista: “Estamos numa conjuntura difícil”

Em entrevista ao Sergipe Notícias, a deputada estadual Ana Lúcia (PT) fala sobre as prévias do PT e faz uma avaliação do partido. Confira!

Ana Lúcia: “Vencer a disputa depende da crença dos militantes na nossa forma de fazer política”

SERGIPE NOTÍCIAS: Como a senhora avalia o atual momento vivido pelo PT, com a proximidade de realização das prévias?

FOTO: Elinaldo Sousa
ANA LÚCIA: O partido tem dois turnos. Quem não conseguir a maioria, vai para o segundo turno. Foi o que aconteceu quando concorri com o deputado Márcio Macêdo. No entanto, estamos numa conjuntura que não está muito fácil. Perdemos a Prefeitura de Aracaju e, para as próximas eleições, até o momento, o PT não lançou nome e tudo indica que o nosso candidato será o governador em exercício, Jackson Barreto (PMDB). Além disso, não vamos ter mais uma liderança como Marcelo Déda conduzindo o processo de eleição. Teremos que fazer uma aliança onde o partido precisa manter-se na chapa majoritária. Internamente, estamos discutindo com muita maturidade. 

SN: Há quem questione a democracia do Partido dos Trabalhadores, principalmente no que se refere às prévias. O que a senhora pensa a respeito?

AL: A própria história mostra o quanto o partido tem contribuído para a democracia. Para se ter uma ideia, no PT, votamos na presidência, separado da chapa. Só o presidente tem o voto direto. Nessa eleição, por exemplo, temos algo muito importante: conquistamos exatamente 50% da chapa composta por mulheres e 50% composta por homens. Desta composição, um percentual deve ser de negros e de jovens. Na verdade, incluímos a questão de gêneros, onde respeitamos todas as diversidades. O PT é um partido protagonista de mudanças. Apesar de todos os problemas, contradições e divergências, é o primeiro partido que vai estabelecer a cota das mulheres. É assim que a gente avança. 

SN: E em relação ao Governo? Qual a sua avaliação?

AL: O Governo tem trabalhado bastante. Jackson toda semana está entregando obras. São rodovias, escolas reformadas, clínicas, muito investimento na área industrial, porque nenhum governo trouxe tantos investimentos nessa área como o governo de Marcelo Déda. Mas, na discussão, ainda está muito fraca essa disputa, porque passa mais o que não está resolvido como, por exemplo, os problemas na Educação, na Segurança Pública…

SN: Durante estes últimos 10 anos de governo do PT, a senhora acha que o partido está mais fortalecido ou enfraquecido?

AL: Acho que nós nos fragilizamos muito. Em nível nacional, menos. Mas em regiões, estados e principalmente aqui, em Sergipe, temos essa avaliação. O partido deixou de ter muito debate e informação político-ideológica. Isso também decorre do exercício do governo. Aliás, é um processo histórico, tanto para a direita quanto para a esquerda. Quando se está no poder, há essa fragilidade, porque o partido precisa fazer concessões o tempo todo para conseguir a bendita governabilidade e eu acho que isso aconteceu aqui. 

SN: A sua candidatura à presidência do partido está mantida ou há possibilidade de apoiar outro nome na disputa?

AL: Minha candidatura está mantida. Por enquanto, ainda estamos dialogando, inclusive conversei com Márcio e com Rogério, mas o objetivo principal é o fortalecimento do partido. Precisamos investir na educação interna do PT, precisamos também reativar todos os núcleos, fortalecer o diálogo constante com a população. Esse é o perfil do Partido dos Trabalhadores socialista de esquerda, mas vencer a disputa depende da crença dos militantes na nossa forma de fazer política.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seja bem-vindo ao nosso blog. Sua opinião é importante para nós!